21.7.09

AS RUÍNAS (THE RUINS)

Carter Smith, 2008, Austrália/ E.U.A.


Quando ouvi falar deste filme (e com este nome) a primeira coisa que pensei foi que a premissa seria a dum grupo de amigos que são perseguidos por um assassino amante de gore. Bem, não vou dizer que não foi nada disso (não se pode dizer muito sobre este filme, correndo o risco de estragar a história), mas ainda bem que optei por tentar a experiência pois este foi, de certeza, um dos filmes do ano de 2008.
Sendo bastante original, este filme contém excelentes representações e um excelente argumento, com teorias e ideias novas que, na sua maioria, até fazem sentido. É surpreendente e não é prevísivel; irão ficar de boca aberta com muitas surpresas. Fiquem desde já avisados de que não é para estômagos fracos, existindo cenas um pouco fortes.
Permanece um sentimento arrepiante ao longo de todo o filme que nos mantém colados à cadeira e que é transmitido, com muito sucesso, a toda a plateia. Os poucos personagens do filme conseguem sustentá-lo durante todo o tempo, sendo bastante credíveis, inclusivé nas suas acções.
Os efeitos do filme estão muito bons, sendo impossível ver certas cenas sem tremer um pouco.
Novamente, um filme que prova que com a psicologia humana se conseguem produzir excelentes ideias e aproveitar um argumento que explora de maneira bastante eficaz as nossas falhas.
Eu já vi dois finais diferentes e posso dizer que gostei mais de um, mas ambos resultam e lembro-me que numa das projecções que assisti, algumas cenas tinham sido cortadas. É uma pena, mas também não acrescentavam muito à história.
Enfim, não vai ser o filme mais perfeito que já viram, mas se procuram uma história original com um bom argumento e excelentes representações, ela aí está.
Aproveitem, que já são poucos!

CLASSIFICAÇÃO: 7/10

Página no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0963794/


25.6.09

SINAIS DO FUTURO (KNOWING)

Alex Proyas, 2009, E.U.A.


Oh, Alex Proyas, Alex Proyas...
Bem, este filme até não começou muito mal e parecia promissor nos primeiros cinco minutos, principalmente por a realização estar a cargo de Alex Proyas (o mesmo senhor que fez o aclamado e excelente Dark City).
Mas nem o facto de ter sido realizado por ele salvou este filme de catástrofe de ser ele próprio uma grande catástrofe.
Eu tentei, mas não consegui retirar quase nada de bom deste filme. Aquilo que mais me chocou foi a péssima prestação dos actores. Não posso dizer que se aproveite algum e o único aceitável desaparece logo após o princípio do filme. Os erros de casting foram flagrantes, tendo o Nicolas Cage regredido ainda mais como actor... Mas que raios lhe aconteceu? Não tem um momento de credibilidade no filme! O personagem que interpreta é extremamente inteligente sendo, ao mesmo tempo, extremamente idiota. Totalmente incoerente. E nem vou começar com uns certos personagens estranhos (se arriscarem ver o filme, vão reconhecer), cuja caracterização e actuação não lembrava ao diabo!
A história não fazia o minímo sentido e era, basicamente, clichés atrás de clichés atrás de clichés. Vou dizer-vos como eles escreveram o guião: idealizaram fabulosos efeitos especiais e depois inventaram uma história à pressa onde os pudessem utilizar. Eu não conseguia acreditar nas cenas que estavam a passar à minha frente, era impressionante o pouco sentido que tudo fazia. Parecia que não sabiam bem que filme estavam a fazer. Tiveram ideias para dez filmes e meteram-nas todas neste. Foi uma confusão dos diabos, não se percebia nada, muito menos o objectivo. Além disso tudo, todos os momentos que deveriam surpreender-nos eram tão absurdos que só se ouvia o público a rir.
O final é inacreditável de tão ridiculo e as teorias apresentadas não conseguem ser plausíveis de maneira nenhuma. A confusão era tanta que só queria que o filme acabasse pois não conseguia concentrar-me em parte nenhuma da história.
Poderão pensar que estou a ser radical mas, para perceberem o quanto este filme foi mau, todo o público estava claramente a desejar que o actor principal morresse, pois nunca conseguimos criar nenhuma espécie de empatia com ninguém. Só queríamos que alguém acabasse com a agonia dele e com a nossa. Sem dúvida, dos filmes considerados blockbusters, este foi um dos piores que já vi.
Ainda bem que se esmeraram nos efeitos especiais, pois ainda são a única coisa que se aproveita e que impede este filme de se afundar ainda mais na pontuação.
Quando este clone do Alex Proyas decidir deixar este mundo em paz e voltar para a terra das fantasias ridículas, o verdadeiro Alex Proyas é bem vindo de novo!
Boa ideia, total desilusão.

Pontuação: 3/10


Página no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0448011/

23.6.09

O ESPÍRITO DO MAL (THE UNBORN)

David S. Goyer, 2009, E.U.A.


Ok, este filme teve um trailer interessante (um pouco confuso), mas eu desconfiei dos nomes pomposos que nos deram no fim (vocês sabem - produzido por e realizado por quem fez o filme tal).
Pois, o meu instinto raramente falha... Este filme é uma desgraça total.
Se pensavam que o trailer era confuso, nem imagino o que irão pensar do filme. Fazer-se filmes pensando nos putos e em lucro rápido dá nisto e quando vi o Gary Oldman no ecrã, além de ficar parva percebi que ele não imaginava onde se estava a meter!
Este filme é, basicamente, cliché atrás de cliché, e é extremamente repetitivo, retirando as boas ideias de outros filmes e tentando implantá-las neste (com pouco sucesso, diga-se).
Os actores são maus, mesmo maus e a história, apesar de tentar ser original, não faz o mínimo sentido. O fim sabe-se logo mesmo se só tivermos meio dedo de testa, existem coincidências a mais e nenhuma é necessária ou tem ponta por onde se lhe pegue. Há ainda a tentativa de um twist, o que vem estragar ainda mais as coisas, ao ponto de nem a presença do Gary Oldman conseguir salvar a honra deste filme. A história torna-se tão confusa e ridícula que perdemos totalmente o fio à meada.
Enfim, um filme com muitos efeitos especiais, algumas ideias boas, mas tudo absolutamente mal utilizado e aproveitado.
Só não tem mais pontuação porque se espera um trabalho bem melhor dum filme que teve a preparação e a projecção que este teve e só não tem menos porque alguns dos efeitos especiais não estão maus e atingiram o objectivo desejado.
Concluindo, ver por vossa conta e risco a não ser que tenham 13 anos e queiram muito ver uma mulher bonita de cuecas durante largos minutos, sem acrescentar nada à história.
Uma desilusão!
Pontuação: 5/10


Página no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1139668/

DE VOLTA!!!!

Sei que já há mais de um ano que não escrevo nada no meu bloguezinho mas, agora que tenho algum tempo, vou tentar voltar aos velhos hábitos...Vou já começar com a avaliação dum filme!

19.3.08

ALTA TENSÃO (HAUTE TENSION)

Alexandre Aja, 2003, França


Muito ouvi eu falar deste filme e que curiosa que estava para o ver. Só consegui meter as mãos numa cópia recentemente e devo dizer, de novo, que estou farta deste género de filmes.
Teve um começo promissor, mais que visto (mas eficaz), com uma cena inesperada e que teve o efeito desejado. Mas quando começou a história, percebe-se que já se viu este filme muitas e muitas vezes. Tem a mesma história de sempre, a mesma fórmula, algumas cenas boas aqui e ali e muito exagero.

Pensamos logo que é espantoso que ninguém tenha um telemóvel no filme, basta-nos presumir que a história se passa antes dos telemóveis terem visto a luz do sol. Além desta, existe uma enorme quantidade de cenas um pouco (faltando palavra melhor) parvas, que ainda são mais evidentes depois de vermos o final do filme.

Apesar de tudo, tem uma tensão bastante eficaz, mas que é arruinada pelo óbvio e pelos clichés, tornando-se numa experiência aborrecida.

Não costumo gostar de filmes só porque têm gore e, provou-se neste, que se não houver uma boa história de apoio, o filme perde toda a piada. Encontrei muitas pessoas que me disseram bem deste filme mas, como é óbvio, eu não penso assim. Foi uma perfeita desilusão!

Num filme nada original e com um final óbvio (que não quer parecer, mas é), salva-se a protagonista que é absolutamente extraordinária e talvez o único motivo que pode levar alguém a querer ver esta película. Ela é perfeitamente convincente. A pontuação que este filme recebe é somente por culpa dela, senão seria muito mais baixa.

Um filme não deve viver nem sobreviver só do gore que mostra, por isso vejam por vossa conta e risco. Pode ser que seja adequado ao vosso gosto, porque ao meu, definitivamente, não foi!
Pontuação: 6/10

Página no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0338095/

29.2.08

O DIA DAS MENTIRAS (APRIL FOOL'S DAY)

Fred Walton, 1986, E.U.A.

Decidi ver este filme porque já tinha saudades daqueles velhos clássicos slasher e, também, porque tenho uma saturação tremenda de filmes de terror que incluem tortura (que estão muito na moda agora) e não um "esventramento" rápido. Não foi uma boa escolha.

Este filme tem a receita habitual do género: um grupo de jovens parvos e imorais (como quem diz bebedeiras, sexo e álcool) isolados num local que lhes é estranho, havendo sempre uma personagem bizarra.

Cliché atrás de cliché do bando de irresponsáveis (onde se vêem algumas caras conhecidas, uma delas do Regresso ao Futuro) deveria ser o suficiente para nos desanimar, mas o filme consegue manter muito do suspense e momentos de humor que nos reanimam o interesse.

Temos que ter em conta a década em que foi realizado, mas este slasher inspirado num dia especial poderia ter feito melhor.

A ideia até é boa e tenho que admitir que tentaram ser bastante originais para a época em que estavam. É bastante rebuscado e não sei se todos vão entender o facto de pensarem (como eu) que já sabiam o desfecho do filme no princípio e se aperceberem de que afinal não sabiam era nada. O final é bastante original e mesmo inesperado, mas os mais astutos irão chegar lá sem dificuldade.

O que impediu este filme de ter uma classificação mais alta, além do habitual, foi o facto de ser um slasher, de o anunciarem como um slasher e de nós estarmos à espera de ver um slasher e...nada acontece. Quando começa a acção, estamos quase no fim e é tudo a correr.

Portanto, tendo em mente os filmes do género a que estamos habituados, devem tentar ver este porque experimenta algo muito rebuscado para a época. Mas se estão apenas interessados em ver pessoas a ser retalhadas, então esqueçam...

A ver com sentido de humor e sem expectativas.
CLASSIFICAÇÃO: 6/10

Página no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0090655/

22.2.08

ELES (ILS)

David Moreau/ Xavier Palud, 2006, França/ Roménia


Há muito, muito tempo que eu esperava um filme assim. Até já estava a ficar desesperada.

Vi este filme sem saber absolutamente nada sobre ele, a não ser que muita gente o adorou e o mesmo número o odiou. Um filme que divide tanto as pessoas é obrigatório.
Fiquei logo com a pulga atrás da orelha (no mau sentido), quando vi em letras grandes "Baseado em factos verídicos". Tenho muitas experiências más com filmes que começam com esta frase. Só dois ou três me conseguiram surpreender.

Tive que me deixar de presunções no momento em que o filme começou. Para já, inicia com uma cena que me fez lembrar aqueles filmes clássicos (que eu adoro) que valiam a pena ver.

Depois, apercebi-me que não estava a ver um filme qualquer. A história era absolutamente intrigante, com o ambiente mais tenso que podem imaginar. Esta tensão dá cabo de nós durante o filme e, por muito que não queíramos, deixamos que ela nos controle.

Um filme muito bem pensado, com actores bastante credíveis. O ambiente sonoro também é excelente (vão conhecer um som particularmente assustador). Não vou entrar em nenhum dos pormenores do filme, pois é muito melhor que o vejam sem saberem nada e que mantenham a mente e as ideias limpas.

Uma das coisas que mais me irrita nos filmes de agora (e nalguns de antigamente) é o péssimo crédito que dão aos espectadores, tendo que explicar palavra por palavra o que aconteceu. Nós não somos assim tão estúpidos! Conseguimos pensar por nós mesmos.
Neste filme isso não acontece. Não tentem adivinhar, nem mandem soluções para o ar. Só se sabe no último segundo do filme. E é genial a forma como nos conseguem dar a volta.

Tendo apenas setenta e sete minutos de duração (o nosso coração também não aguentava muito mais) este filme é absolutamente surpreendente e essencial para quem está farto de ver sempre o mesmo e não tem medo de experimentar coisas novas.

Só não tem a nota máxima, porque os níveis de tensão são tão grandes, que até se torna aborrecido. Vejam sozinhos. Absolutamente recomendado!!!

CLASSIFICAÇÃO: 9/10 Recomendado

Página no IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0465203/

21.2.08

TERRENO ESTREITO (SHALLOW GROUND)

Sheldon Wilson, 2004, E.U.A.

Existe uma palavra que define muito bem este filme. Estranho. Muito estranho.

Desde já aviso que este filme contém imagens bastante gráficas (até no genérico) e que contém várias cenas de nudez. Se se sentem muito incomodados com qualquer uma destas coisas, talvez devessem pensar duas vezes antes de o verem.
Este é um filme surpreendente, onde quase nada é óbvio. Mantém um bom ambiente de suspense e um bom ambiente sonoro.
É um filme com muitas coisas inesperadas, algum gore e muito, muito sangue.
A prestação dos actores é razoável e os clichés quase não se deixam notar.
Tem vários twists que não vão agradar a todos, mas no geral, é um filme que prima pela originalidade com que se apresenta. Foi uma aposta arriscada, sendo que os vários enredos o tornam difícil de entender. A premissa também muda várias vezes.
Aquilo que pode arruinar a experiência é o fim que, na minha opinião, é confuso e não faz muito sentido.

A única coisa que o salvou de ter uma classificação mais baixa foi a originalidade que apresenta e o risco que correram, pois podiam ter feito um filme ridículo, mas que até é um bom entretenimento.

Se decidirem arriscar, mantenham a mente aberta.

CLASSIFICAÇÃO: 7/10